Foto: Ana Paula Del’Olmo (Prefeitura de Cacequi/Divulgação)
Desde o início da semana, o município de Cacequi já registrou 400 milímetros de chuva. A força das águas causou diversos estragos na infraestrutura, além de famílias que precisaram ser retiradas de áreas que tiveram suas casas invadidas pelas chuvas. Os impactos, para a prefeita Ana Paula D'Olmo, são semelhantes aos estragos causados em 2024. A prefeitura já encaminhou o decreto de emergência para a Defesa Civil do Rio Grande do Sul ainda na quinta-feira (19). Pelo menos 10 municípios da região já assinaram o decreto, outras duas decretaram situação de calamidade pública.
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Entre 15 a 20 famílias precisaram deixar suas casas, especialmente na Vila Álvaro Leitão. Conforme a prefeita, os pedidos de retirada começaram ainda no fim da tarde de quinta-feira:
– Ainda na quinta, tentamos convencer algumas famílias a saírem de suas casas na Vila Álvaro Leitão. Durante o dia, não quiseram sair, mas no fim da tarde, começo da noite, chamaram nossas equipes. Ficamos trabalhando até as 23h retirando imóveis e auxiliando essas pessoas. Além do Cras, que estamos levando os móveis, também temos uma escola disponível para quem precisasse.
A ERS-640 estava bloqueada devido à cheia do Rio Ibicuí, que invadiu a pista. As imagens, encaminhadas pela prefeita à reportagem na quinta, mostram a rodovia embaixo d'água:
– Único lado que conseguimos ir caso precisamos de ajuda é para o lado de Rosário do Sul. Para o lado de São Vicente do Sul está totalmente intransitável. Eu converso, diariamente, com o comandante da Polícia Rodoviária Estadual, tenente Aquino, e ele tem me passado as informações. Nós estamos com um ponto de bloqueio bem antes do local, se não há sempre curiosidade para saber da situação. E no local, é uma correnteza, um barulho muito forte, é assustador. Já temos a informação, agora pela manhã, que o rio está se estabilizando. Ainda é preocupante, mas estamos dando todo o suporte. Além disso, há possibilidade de ciclone na próxima semana. Continuaremos em alerta.
O trânsito foi liberado em meia pista para veículos leves ainda na manhã desta sexta.
Serviços
A Unidade de Saúde do município, com o pronto atendimento, funciona com dois médicos 24 horas para atender a população. Sinais de internet e situação da água e energia elétrica estão estáveis no município. A decisão de suspensão das aulas no município foi dada na terça-feira (17), e, desde a quarta-feira (18), não há atividades letivas nas escolas. A previsão é de que sejam retomadas com normalidade na segunda-feira (23).
História se repete
Nas cheias de 2024, houve estragos na cabeceira da ponte do Rio Ibicuí, além de deterioração nos asfaltos. E dessa vez, a história se repete, conforme explicação de Ana Paula. Os levantamentos iniciais, segundo a prefeita, apontam para a necessidade de reconstrução de novas pontes, localizadas em Passo de Umbu, limite com São Vicente do Sul, e outra no Rio Caciquezinho, próximo à Vila Álvaro Leitão. Além disso, bueiros, pontilhões e estradas foram detonados:
– Não é um ano fácil, as perdas por conta da estiagem há seis anos já. Só esse ano, em Cacequi, foi contabilizado pela Emater, mais de R$ 80 milhões em perdas. Isso tudo dificulta muito para os municípios. O número de famílias retiradas das suas casas é menor do que a do ano passado, mas os estragos nas estradas do interior são bem parecidos.
O município já concluiu o decreto de emergência, que foi assinado e encaminhado à Defesa Civil do Estado:
– Estamos com o decreto de emergência pronto. Vamos correr atrás de recursos com governo do Estado e federal para poder colocar em prática as ordens de serviços. Nós já assinamos na quinta e ele foi encaminhado a Defesa Civil do Estado – disse a prefeita de Cacequi.